Elas lutaram. Morreram queimadas por levantar a voz e desejarem o que era delas por direito. Faz dois séculos que os primeiros sinais de feminismo começaram a surgir, a luta por direitos iguais, não importa o gênero.
<RELATO PESSOAL>
Eu fui privada. Criada em casa, assistindo a televisão, brincando de boneca, aprendendo a gostar de rosa e rotulada, por uma sociedade machista, como sexo frágil, sensível, calada e domada. Só que não vai acontecer. Lamento informar a todos os leitores desse texto, mas eu sou diferente.
Queria ter voz, fazer diferença, manifestar-me... Achava que ser a Miss Universo seria o ideal. Infelizmente, fui cegada pelo estereótipo de beleza padrão. Eu amadureci e comecei a fazer outro tipo de mudança e a pensar de outra forma.
Caro leitor, informe a mim se minha infância foi igual a sua; se você é homem, obviamente, não. Sua criação é para ser "macho", forte, valente, o homem da casa. Somos rotulados. Mas podemos mudar; terei filhos e os criarei de modo diferente, incentivando-os a gostar de qualquer cor, de qualquer brincadeira, e a serem felizes do jeito que são.
Daqui a dez anos, pretendo já estar trabalhando, recebendo o mesmo salário que qualquer pessoa a qual realize a mesma função - e espero que todas as outras mulheres também. Não quero mais precisar trocar de roupa com medo de estupro nem temer chegar sozinha após certo horário.
Não fiz esse texto com o objetivo de obrigar o meu leitor a ser feminista. O foco de hoje é fazer com que reflitam sobre quantas mulheres são assediadas, estupradas ou mortas diariamente por terem se calado e aceitado o seu castigo. Peço, encarecidamente, para que se manifestem, soltem a voz para que, futuramente, não seja necessário perguntar se ainda é preciso lutar, e que a igualdade de gênero seja algo comum.
Bruna Costa
Alicerces de Redação - Ismart - pH